GEORGIA (EUA) Um estudo divulgado pela publicação científica “Nature Neuroscience” mostra que o comportamento humano pode ser alterado de acordo com eventos traumáticos sofridos por gerações anteriores. De acordo com informações da BBC, esses traumas podem afetar o DNA no espermatozoide, causando alterações sensoriais no cérebro.
A análise provou que ratos treinados para evitar determinado cheiro acabaram transmitindo para seus netos a sensação de aversão ao odor. Segundo especialistas ouvidos pela BBC, além da fobia, a pesquisa também apresenta resultados concretos no que diz respeito à ansiedade.
No estudo, os ratos foram treinados para se indisporem a um cheiro semelhante ao de uma flor de cerejeira. Na sequência, a equipe da Escola de Medicina da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, olhou para o que estava acontecendo dentro do espermatozóide.
Ficou constatado que uma seção do DNA responsável pela sensibilidade ao cheiro apresentou resultado mais ativo. Assim, os descendentes dos ratos se tornaram extremamente sensíveis ao aroma da flor – mesmo nunca tendo sentido aquele perfume antes. Mudanças na estrutura do cérebro também foram encontradas.
O relatório do estudo concluiu que “as experiências de um pai podem influenciar o funcionamento do sistema nervoso das gerações posteriores”, apontou a BBC. A pesquisa também concluiu que o ambiente pode afetar a genética de um indivíduo – e que essas mudanças podem ser repassadas para as gerações seguintes.
O professor Marcus Pembrey, do University College London, contou à BBC que os resultados foram relevantes para características como fobia, ansiedade e transtornos de estresse pós-traumático. “Eu suspeito que não será mais possível entender o aumento de distúrbios neuropsiquiátricos, obesidade, diabetes ou distúrbios metabólicos sem que façamos uma abordagem de várias gerações”, aponta.
Fonte: Globo Ciência
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