quarta-feira, 11 de julho de 2012

Músicas de Chico Buarque e João Bosco a serviço da educação




Editora Foz anuncia coleção de livros digitais paradidáticos inspirados em clássicos da MPB



RIO — Imagine se estudar português, história ou geografia nos livros fosse muito mais atrativo, com o conteúdo didático associado a músicas, ilustrações, mapas, fotos, depoimentos e vídeos. Tudo interativo. E disponível "ao-mesmo-tempo-agora" sem qualquer obrigação de linearidade. É com essa proposta que nasce a coleção digital “Mestre-Sala”, da editora Foz. Usando como gancho os clássicos da MPB, os novos livros paradidáticos, previstos para chegarem ao mercado no início de 2013, vão usar e abusar dos recursos tecnológicos e poderão ser lidos em computadores, tablets e celulares.

Como noticiou neste sábado a coluna Gente Boa, a editora Foz, criada pela ex-diretora editorial da Objetiva Isa Pessoa, lança em setembro seu primeiro título: o impresso “Alta ajuda”, de Francisco Bosco. Apesar de não abrir mão dos livros tradicionais, a frente digital da empresa vem sendo concebida com grande dedicação. E a coleção “Mestre-sala” é o carro-chefe de toda essa aposta na tecnologia.

— Os tablets hoje em dia são uma realidade incontestável. E em grande expansão junto ao público infanto-juvenil. Além disso, as tecnologias de interação estão muito mais aperfeiçoadas e as possibilidades de um alcance delas para fins didáticos são enormes. Com certeza, esses livros vão trazer um aprendizado mais saboroso — afirma Isa.
As letras de canções da MPB fundamentam toda a coleção. É a partir das músicas que os conteúdos didáticos vão sendo desenvolvidos. Composições clássicas como “O mestre-sala dos mares”, de João Bosco e Aldir Blanc, “Morena de Angola”, de Chico Buarque, e “João e Maria” de Chico e Sivuca serão os primeiros títulos da série.
— Com a letra de “Morena de Angola”, por exemplo, dá para ensinar ortografia, explicar o uso do “ch”, “x”, “ç”. A gente pode usar um vídeo para explicar a Guerra Civil, depois pode-se dar aula de geografia da África, usando mapas e mostrando onde ficam os países; e ainda propor que desenhem sua própria ideia de morena de angola— diz.
A supervisão do conteúdo didático da série fica a cargo da autora Marisa Lajolo, mestre em Letras e Teoria Literária pela Universidade de São Paulo. Junto a ela, uma equipe de professores de diversas áreas discutem as possíveis abordagens das músicas para trabalhar os temas discutidos em sala de aula. O público-alvo são alunos das últimas séries do ensino fundamental.
Os livros, a princípio, serão vendidos em lojas virtuais, como a Apple Store e o Google Play. Mas, segundo Isa Pessoa, as instituições de ensino, principalmente as escolas públicas, são o maior foco de mercado:
— Não tenho dúvida de que vamos revolucionar o ensino. Porque não estamos simplesmente adaptando um livro impresso para digital. Estamos pensando ele com todas as possibilidades de interação possíveis. A expectativa é de um alcance muito grande. São livros que passíveis de vendas para escolas públicas, em grandes volumes. O governo brasileiro é um dos maiores compradores de livros no Brasil.

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