terça-feira, 9 de abril de 2013

Aplicativo gratuito traduz voz e texto em português para língua de sinais

YURI GONZAGA
DE SÃO PAULO


A ProDeaf, empresa que nasceu dentro da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) lançou na última terça (2) o aplicativo para Android da sua plataforma de tradução do português para Libras (Língua Brasileira de Sinais).

O app, que é gratuito e ganhará uma versão para iOS nas próximas semanas, compreende entrada de texto ou de voz em português e traduz para a linguagem voltada para surdos-mudos, por meio de um boneco virtual.

Editoria de Arte/Folhapress
Para Aline Garcia Rodero Takahira, pesquisadora de morfologia da Libras na USP, o app pode melhorar. "O sistema ainda não apresenta todo o vocabulário da Libras. Na falta de alguns sinais, muitas vezes a palavra é exibida por meio do uso do alfabeto manual", diz. Contudo, segundo ela, tais defeitos são comuns a qualquer programa de tradução.

O diretor da ProDeaf, João Paulo Oliveira, diz que não pretende ganhar dinheiro com o app. "É um ganho social. A comunidade vinha pedindo, pressionando [para que ele fosse criado], e o custo para nós era muito baixo, pois a tecnologia já estava pronta", diz.

Oliveira conta que a empresa nasceu de um projeto acadêmico enquanto ainda era mestrando na universidade nordestina, quando conheceu Marcelo Amorim, que hoje é o consultor surdo entre os 12 membros da equipe.

Para desenvolver o projeto, a empresa recebeu um aporte de R$ 100 mil do CNPq (órgão federal de financiamento à pesquisa acadêmica) e patrocínios do Bradesco e da Telefônica.

Uma versão para Windows Phone do aplicativo também está sendo desenvolvida, segundo a companhia.

A capacidade de tradução inversa, com o reconhecimento dos gestos em Libras e tradução para o português, deve ser lançada ainda neste ano, diz Oliveira.

AUXÍLIO

O ProDeaf conta também com um dicionário eletrônico de português para Libras, que, para Takahira, é uma ferramenta útil para estudantes. Além disso, para ela, o ProDeaf pode ajudar na integração do surdo à sociedade.

Segundo o Censo 2010, há 9,7 milhões de brasileiros com deficiência auditiva.


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