A mostra, que retrata a poesia oculta das ruas do Rio, fica em cartaz até o dia
30 de setembro, no CAHO.
17/09/2012
» Autor: Fernanda Good / Fotos: Pedro Curi
Sem o glamour das telenovelas nem a bela paisagem vendida nos cartões postais, um Rio de Janeiro de realidades cruas. O aspecto humano pelos logradouros da cidade dá vida as 13 obras selecionadas para compor a exposição ‘Até que a rua nos separe’, de Maurício Dias e Walter Riedwe. A mostra fica aberta gratuitamente ao público até o dia 30 de setembro, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica - CAHO.
Em nove videoinstalações e quatro conjuntos de fotografias executadas entre 1994 e 2012, a mostra retrata o cotidiano dos anônimos das ruas do Centro à periferia, sem deixar de lado as favelas do caminho. Além de uma homenagem ao Rio de Janeiro, a exposição faz alusão ao escritor João do Rio, que nos primeiros anos do século 20 escreveu as crônicas de ‘A alma encantadora das ruas’.
Para esta exposição, os premiados artistas contemporâneos exibem a inédita série ´Pequenas estórias de modéstia e dúvida´: ‘A Cidade Fora Dela’, ‘Sábado à Noite no Parquinho’, ‘O Espelho e a Tarde’ (foto) e ‘Peladas Noturnas’. Cada peça apresenta uma composição para piano criada por Walter Riedweg a partir dos sons registrados nas filmagens. Uma coleção de anotações e depoimentos em vídeo, fotografia, desenho e música mostra valores subjetivos numa cidade em transformação.
A exposição, na visão da dançarina e coreógrafa Manuella Freitas, de 34 anos, é bastante sensorial.
- A mistura de imagem, movimento, som e luz estimula nossos instintos. Uma exposição forte e impactante. Mostra a realidade de muitos vista por poucos – disse ela.
Obras já expostas anteriormente também fazem parte desta seleção, como a ‘Devotionalia’, que abre a mostra. A instalação apresenta 1.200 reproduções em cera de mãos e de pés (os chamados ex-votos) feitas por meninos de rua em 1995. Para cada um deles, uma expressão de desejo. O vídeo exposto é a união de dois outros, um no momento do ex-voto e outro feito cerca de dez anos depois quando algumas das crianças contaram sobre seus destinos.
Impressionado com a ‘Devotionalia’ – obra doada em 2004 ao Museu Nacional de Belas Artes –, o artista plástico Jorge Ferreira, de 43 anos, disse que a exposição trata da essência do Rio.
- Fala da realidade da cidade. Mexe com o nosso brilho – comentou Jorge.
Também no piso de entrada está a videoinstalação ‘Caminhão de Mudança’. Em andamento desde 2009 em várias cidades pelo mundo, o projeto, que contextualiza o destino da imagem em movimento, consiste em uma série de vídeos projetados em caminhões de mudança no espaço público.
Para o venezuelano Guilhermo Barrios, de 60 anos, a exposição é muito excitante pelo seu enfoque experimental.
- Gostei muito da visão deles ao retratar o Rio, utilizando novas expressões da arte. Uma mostra realista e forte – disse o turista, que enfatizou o apreço pela cidade e sua arquitetura.
A mostra ainda traz as instalações ‘Funk Staden´ (foto), ´Universo do Baile´, ´Xilogravuras´ e ´Livro’.
E para as crianças desenvolverem os temas abordados na exposição, há uma instalação interativa. Na oficina de artes, é produzida uma coleção crescente de cheiros, objetos e imagens a partir de brincadeiras com embalagens utilizadas no dia a dia, palavras escritas no quadro-negro e um acha palavras no mural feito de jornais. Para grupos de escola, é necessário o agendamento.
SERVIÇO:
Exposição ‘Até que a Rua nos Separe’
Data: até 30 de setembro
Horário: de terça a sexta-feira, das 11h às 18h, e aos sábados, domingos
e feriados, das 11h às 17h.
Local: Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Endereço: Rua Luís de Camões, 68, próximo à Praça Tiradentes, no Centro
Telefone: 2242-1012
Entrada franca
Fonte: Portal da Prefeitura do Rio de Janeiro
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