É com muito orgulho e grande satisfação que compartilho aqui a participação das alunas Sara, Tuanny, Roberta e da professora de história Ana Paula da E. M. Alzira Araujo, 9ª CRE, na 4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) em sua fase presencial que foi realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para nos contar a
trajetória que levou as meninas da E. M. Alzira Araújo à final desta olimpíada,
nada melhor do que a própria professora Ana Paula, em um depoimento emocionante
que nos mostra a garra e a vontade de um pequeno grupo para alcançar grandes vitórias.
Professora Ana
Paula com as alunas Tuanny, Sara e Roberta.
A epígrafe
escolhida pela equipe Aliadas da
História para o jornal preparado durante a 4ª fase da 4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (2012) reflete os
objetivos que tinha em mente quando convidei 3 alunas do 9º ano da E. M. Alzira
Araujo a participarem da competição. Nas palavras de Machado de Assis, autor da
frase em questão, “a vida sem luta é um mar morto”, ou seja, nada acrescenta,
nada produz, nada inspira... Lutar aqui significa subverter, questionar,
incomodar, surpreender. Significa mostrar a possibilidade de construir
histórias de sucesso onde muitas vezes se acredita ser impossível ou, ao menos,
pouco provável.
As inscrições na
ONHB são permitidas para alunos de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e para o Ensino
Médio. Evidentemente, alunos de Ensino Médio possuem maior probabilidade de
chegarem a final. Esta por si só já era uma dificuldade para as alunas Roberta
Brandão (1902), Sara Rocha (1904) e Tuanny Badú (1904), componentes da equipe.
Além de outras relacionadas às trajetórias e aos graus de formação das fortes
equipes de todo o Brasil com as quais competiam. Contudo, dentre as mais de 10
mil equipes inscritas, as Aliadas da
História estiveram entre as 300 finalistas, selecionadas pela soma de
pontuação após 5 etapas de questões e tarefas com alto nível de complexidade,
baseadas em fontes históricas e que exigiam bastante de alunos pouco habituados
a análise crítica de textos e imagens de época.
Tuanny,
Mauricélia, Roberta, Sara e Ana Paula.
Diante dos
obstáculos, a presença na final já deve ser considerada uma vitória para estas
meninas que se sentiam mais felizes a cada etapa vencida. Aliás, foram
preparadas desde o início (pela professora, que mesmo com esperanças não queria
decepcioná-las) para conseguirem vencer apenas algumas etapas, o que já seria
muito bom, dada a dificuldade das provas. Não foi o que ocorreu. Em meio a
muitos temas desconhecidos, mapas e textos de difícil compreensão e algumas
horas de pesquisas, via internet principalmente – o que é uma proposta central
da ONHB, já que 5 das 6 fases são on-line,
além dos textos sugeridos também estarem disponíveis virtualmente – foram
realizando descobertas e vivendo a experiência de ler, refletir, debater e
construir algo novo. O resultado da 5ª fase, divulgado no dia 22/09, provou que
o esforço havia valido a pena. Esforço iniciado ainda em abril, quando comentei
com Sara a respeito da competição e, juntas, agregamos Roberta e Tuanny ao
desafio. Pedi que pensassem com cuidado se realmente gostariam de enfrentá-lo e
se achavam (como eu) que teriam a responsabilidade e a capacidade de investir
neste projeto. Elas concluíram que sim, fizeram as inscrições, se
responsabilizaram por toda a parte burocrática inicial e, a partir do dia
20/08, quando foi divulgada a 1ª fase de provas e tarefas, se envolveram na
competição.
Não me
decepcionaram quanto à responsabilidade e à capacidade. Realizaram ótimas
leituras e interpretações, enviaram tudo o que era exigido em dia e não
arrefeceram quando a produção de uma gazeta se uniu à questões de alta complexidade
para serem feitas em 1 semana, tarefa que parecia muito difícil de ser
cumprida. Bem, o resultado já sabemos. A equipe participou da final da ONHB
realizada na Universidade Estadual deCampinas entre os dias 20 e 21 de outubro de 2012. Foram bem sucedidas na
prova final, toda discursiva e baseada em imagens retiradas de arquivos
históricos (trabalho difícil para muitos professores, diga-se de passagem), mas
não chegaram a ganhar medalhas de ouro, prata ou bronze. Ganharam sim a medalha
e o certificado de menção honrosa conferidos as 300 equipes que chegaram à fase
final presencial.
Ganhar ou perder
neste caso simplesmente não importa. Importa sim a disposição para enfrentar os
desafios, a descoberta do novo, o mergulho em novas experiências e, sobretudo,
a comprovação de que é possível construir algo diferente do esperado,
surpreender, inspirar e subverter, no melhor sentido machadiano de compreensão
do verbo lutar. Por este ângulo, o fracasso não existe. Afinal, cada passo rumo
à vitória, cada obstáculo vencido, já é a própria vitória em si. A vitória
contra a estagnação, o desânimo, o impossível, o inesperado... O exemplo de que
ter foco, objetivo, estudar e se dedicar compensam, foi dado. Este era nosso
objetivo principal.
Professora Ana
Paula e diretora Mauricélia França
Aproveito para
agradecer a todos os que torceram pelo sucesso das Aliadas da História, em especial a toda a carinhosa equipe de
funcionários e professores da E. M. Alzira Araujo. Agradeço também à diretora
Mauricélia França e à diretora-adjunta Jane Brandão pelo apoio e incentivo dados
ao longo de todos estes meses de trabalho e a Márcia Cristina Alves,
representante do Rioeduca.net/9ª CRE, pelo empenho incansável em conseguir
financiamento para que nossa equipe pudesse estar presente na fase final da
ONHB em Campinas. Neste sentido, agradecemos a SME as passagens aéreas e a
hospedagem sem as quais a viagem seria inviável.
Rafael Parente,
Maurício Pinto, Márcia e alunas da E. M. Alzira Araújo
Por fim, agradeço
a Sara, Roberta e Tuanny que toparam participar da aventura de uma professora
que quis fazê-las sonhar mais alto. Objetivo que tenho com todos os meus
alunos, mesmo quando eles, por inúmeras razões (econômicas, sociais,
políticas...), sequer compreendem o que isto significa. Estes agradecimentos
devem ser estendidos aos pais destas meninas por terem incentivado desde o
início seus (nossos) voos. Sem seus incentivos, as horas de estudo até tarde da
noite, as chegadas à escola antes do horário e a viagem a Campinas não seriam
possíveis.
Que estas
meninas, e todos os nossos alunos, tenham futuros brilhantes! Ou, ao menos,
tenham futuros! É por isto que a educação, tão desvalorizada e secundarizada,
vale a pena.
Ana Paula Barcelos
(Professora de História da E.M. Alzira Araujo
e orientadora da equipe Aliadas da
História)
Roberta Brandão
“Participar
da Olimpíada Nacional em História do Brasil foi sem dúvida a maior experiência
da minha vida até hoje. Uma experiência maravilhosa do começo ao fim. Eram
muito prazerosos os momentos em que descobríamos que passamos para a próxima
fase, superando nossas expectativas a cada uma delas. Essa olimpíada nos
aproximou muito, nos tornou verdadeiramente amigas. Nos divertimos muito
estudando juntas, discutindo as questões, descobrindo coisas novas, assuntos
diferentes do nosso dia-a-dia e, acima de tudo, ganhando grande conhecimento. O
fato de passarmos para a última fase competindo com alunos do Ensino Médio, de
colégios fortíssimos, uma galera super preparada, foi motivo de muito orgulho
para a escola, amigos e para toda a família. A ida a Campinas foi incrível!
Cada momento ficará registrado na nossa memória para sempre. Trouxemos de lá
não só a medalha de menção honrosa. Acredito que voltamos com uma bagagem muito
maior de conhecimento e experiência , o que nos dará coragem e incentivo para
repetirmos ano que vem!”. (Roberta
Brandão - Turma:1902)
Sara Rocha
“Em
minha opinião, participar da ONHB foi uma nova experiência, desde as fases
on-line ate a fase presencial, até porque chegar nesta fase presencial não era
o objetivo principal e sim adquirir um conhecimento diferente e novo. Todo o
esforço de noites estudando historia foi importante não só pelo ato de estudar,
mas porque também era divertido consultar livremente, discutir sobre as
questões e mesmo passar por situações engraçadas, como as discussões (quase
brigas) sobre que opção responder. A ONHB fortaleceu nossa amizade e nos
aproximou de um universo distante, o dos professores. Lembrando também que
parte do nosso mérito é da professora que nos escolheu como equipe, investiu em
nós e principalmente acreditou que poderíamos chegar lá . Acho que cumprimos
bem a nossa missão de representar a escola. Além disto, nos divertimos muito
nas fases on-line, a caminho de Campinas, no avião, no hotel, na Unicamp, no
aeroporto e por todos os outros lugares que tivemos o prazer de conhecer. Para
mim, vai ficar marcado que estudar história também tem seu lado divertido,
posso dizer que vivi isso na prática”. Sara Rocha (Turma: 1904)
Tuanny Badú
“A ONHB
foi muito importante pra mim, porque nós aprendemos muitas coisas importantes
na competição e na viagem. Aprendemos a trabalhar em grupo e desenvolvemos a
solidariedade e a amizade, por exemplo.As provas da ONHB são bem complicadas,
mas fazem com que a gente se envolva muito, pois para quase tudo é preciso
pesquisar, consultar sites e debater entre o grupo, porque sozinha é impossível
fazê-la. Lá em Campinas a prova estava difícil, pois não tínhamos questões para
debater, conversar e marcar a mais pertinente. Nela tinham apenas três figuras,
relacionadas com as outras cinco etapas que fizemos on-line, e tivemos que
descrevê-las e interpretá-las, escrevendo textos completos sobre elas. Havia
300 equipes de todo o Brasil de Ensino Médio e nós concorremos com eles, sendo
que somos alunas de 9º ano. Isso para nós já foi um orgulho. Apenas ter chegado
em Campinas e conhecido a Unicamp já valeu a pena!”. (Tuanny Badú - Turma:
1904)
Parabéns
meninas, parabéns professora Ana Paula por acreditar e lutar, essa foi a sua
grande vitória e exemplo a todos!
Visite o Blog da E. M. Alzira Araújo e conheça
outras atividades que a escola vem desenvolvendo.
Fontes: Rioeduca.net e Blog da E. M. Alzira Araújo
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